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Como prevenir e tratar a Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial, ou pressão alta, é uma doença extremamente prevalente. No Brasil, a hipertensão atinge 32,5% dos indivíduos adultos, ou seja, quase 36 milhões de brasileiros, segundo a última Diretriz de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Sua incidência aumenta com a idade, atingindo mais de 60% dos idosos. A pressão alta contribui direta ou indiretamente por 50% das mortes cardiovasculares. Em 2013 ocorreram no Brasil 339.672 óbitos por doenças cardiovasculares, sendo a principal causa de morte no Brasil. Pressão alta é definida como uma elevação sustentada da pressão arterial acima de 140×90 mmHg. E o problema é que, na maioria das vezes, ela é assintomática, ou seja, a gente não sente nada, se não formos medir a pressão, ela pode passar anos silenciosa e, sem tratamento, ela pode trazer consequências muito sérias para todo o sistema cardiovascular, aumentando o risco de Acidente Vascular Cerebral (derrame), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e insuficiência renal. A hipertensão arterial é geralmente uma doença multifatorial, ou seja, ocorre em quem tem alguma predisposição genética (tem histórico familiar de hipertensão), associado a fatores de risco: idade, excesso de peso e obesidade, ingestão de sal, ingestão de álcool, sedentarismo e stress. Pacientes jovens também podem apresentar hipertensão, neles em geral são necessários exames específicos para se afastar causas secundárias de pressão alta, como problemas renais, tumores de suprarrenal, coarctação de aorta, etc. O diagnóstico da hipertensão é feito por medidas repetidas da pressão arterial, seja no consultório, em casa ou através da MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial) de 24 horas. A MAPA é um exame muito importante, tanto no diagnóstico da hipertensão, afastando tanto a hipertensão do jaleco branco (paciente que tem pressão alta no consultório, mas em casa tem pressão normal) como a hipertensão mascarada (paciente que no consultório tem a pressão normal, mas em casa tem picos elevados da pressão arterial), como no controle do paciente hipertenso, para realmente saber se o cuidado que ele teve nos hábitos de vida ou na medicação realmente está o protegendo nas 24 horas do dia, inclusive no sono. O descenso noturno (queda da pressão arterial no sono) e a média da pressão nas 24 horas do dia, avaliados na MAPA 24 horas tem implicações importantes no prognóstico a longo prazo do hipertenso. Além disso, o check-up cardiológico é importante, para, além do diagnóstico e acompanhamento da hipertensão arterial, identificar outros fatores de risco cardiovasculares que também são silenciosos, como colesterol, triglicerídeos e diabetes. É muito importante no acompanhamento do paciente com hipertensão identificar possíveis lesões de órgãos alvo que a pressão arterial pode ocasionar, como a hipertrofia do músculo do coração ou se o coração ficou crescido e fraco com a pressão alta (insuficiência cardíaca), ambos identificados no Ecocardiograma, além de possíveis danos renais (identificados no exame de sangue e urina) ou placas em artérias carótidas ou renais (identificadas ao Ecodoppler). O importante do diagnóstico precoce dessas alterações é porque hoje temos medicamentos para controlar tudo isso, e prevenir problemas muito mais sérios no futuro. O tratamento da hipertensão pode ser feito desde mudanças no estilo de vida, como reduzir o sal, reduzir os alimentos que já contém muito sódio no preparo, tais como alimentos industrializados, embutidos, enlatados, molhos prontos, refrigerantes; reduzir ingestão de álcool, perder peso, praticar atividades físicas, parar de fumar, reduzir o stress. Até medicamentos, se necessário. Os medicamentos hoje evoluíram muito, para tomada única diária e para remédios sem efeito colateral algum. O importante é saber que a hipertensão arterial é uma doença crônica, que em geral, o paciente vai necessitar de cuidados e acompanhamento contínuos e que não deve parar de tomar seu remédio por conta nunca, pois a pressão alta é silenciosa. Acima de tudo, a hipertensão arterial exige que o paciente tome uma conduta ativa. Que mesmo sem sentir nada, vá medir sua pressão arterial, vá fazer seu check-up cardiológico e acima de tudo não abandone o tratamento e acompanhamento. Isso vai fazer muita diferença na nossa saúde futura. 10 Mandamentos contra a pressão alta (fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão) 1. Meça a pressão pelo menos uma vez por ano. 2. Pratique atividades físicas todos os dias. 3. Mantenha o peso ideal, evite a obesidade. 4. Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes. 5. Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba. 6. Abandone o cigarro. 7. Nunca pare o tratamento, é para a vida toda. 8. Siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde. 9. Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer. 10. Ame e seja amado.
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Dislipidemia: o aumento da taxa de lipídios (gordura) no sangue. Saiba como tratar.

A dislipidemia é o aumento anormal da taxa de lipídios (gordura) no sangue e representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os níveis aumentados de colesterol e triglicerídeos estão implicados na formação de uma placa gordurosa na camada mais interna das artérias, o que pode desencadear um processo inflamatório e a formação de coágulos, levando a obstrução completa da luz do vaso, causando o infarto do miocárdio ou infarto cerebral. Esse processo pode ser acelerado pela presença de outros fatores de risco, como a diabetes, tabagismo e a hipertensão, por exemplo. Existem dois tipos de dislipidemia. A primária, que tem origem genética e que nem sempre é possível prevenir, mas, mesmo nestes casos, o principal conselho é a mudança do estilo de vida. E a secundária, com origem em medicamentos, como diuréticos, betabloqueadores e corticosteroides como consequência de doenças, como o hipertiroidismo e a insuficiência renal crônica ou em situações como o alcoolismo e uso de altas doses de anabolizantes. A Dislipidemia é assintomática e pode ser diagnosticada através de exames de sangue. Uma vez feito o diagnóstico, o paciente deve modificar o seu estilo de vida e isso implica na adoção de uma dieta balanceada, pobre em gordura saturada. Além disso, deve-se reduzir o peso corporal, praticar regularmente exercícios físicos e interromper o tabagismo. Quando não se consegue atingir os níveis desejáveis de colesterol e triglicerídeos com essas medidas, é necessária a introdução de medicamentos. O que é Colesterol? O colesterol é uma substância importante para a saúde, porque é usada na formação da membrana das células do corpo e de alguns hormônios, além de servir como uma capa protetora para os nervos. O colesterol é produzido pelo nosso organismo, mas também o adquirimos por meio da ingestão de alimentos gordurosos. O colesterol e outras gorduras não podem dissolver-se no sangue. Por isso, o colesterol que não é “aproveitado” pode ser eliminado pelo fígado com a ajuda de uma espécie de “lixeiro” que é o colesterol bom (HDL). Tipos de colesterol: HDL (colesterol bom) Remove o excesso de colesterol no sangue, reduzindo o risco de formação das placas de gordura. Quanto maior a quantidade, melhor. LDL (colesterol ruim) É o responsável pela formação de placas de gordura nas artérias, o que prejudica a passagem de sangue, indicando risco aumentado de angina, infarto, derrame cerebral e entupimento das artérias das pernas. Sintomas O colesterol alterado não apresenta sintomas. A única maneira de saber se o seu colesterol está alterado é fazendo um exame de sangue. O primeiro sintoma pode ser a angina pectoris (dor no peito), o ataque cardíaco (Infarto agudo do miocárdio), o derrame cerebral (AVC), Insuficiência vascular periférica , ou até mesmo a morte. Porém, muitas dislipidemias são assintomáticas e suas consequências não são menos sérias. Riscos à saúde: O colesterol passará a ser prejudicial para a nossa saúde se estiver fora dos valores normais. Nesse caso, o excesso de colesterol que não foi eliminado pelo fígado será depositado na parede das artérias, formando placas de gorduras que podem “entupir” essas artérias e dificultar a passagem do sangue. Esse processo é chamado de aterosclerose e pode afetar o coração, o cérebro, os rins, as pernas etc. De maneira geral, ter colesterol alto e não controlado tende a encurtar a vida. Os níveis desejáveis de colesterol no sangue são individualizados e dependem do risco cardiovascular de cada pessoa, ou seja, os níveis adequados não são iguais para todos. • Colesterol total : menor que 200 mg/dL • Colesterol LDL: Risco baixo : menor que 130 mg/dL Risco intermediário: menor que 100 mg/dL Risco Alto: menor que 70mg/dL • Colesterol HDL: maior que 40 mg/dL (homens) e maior 50 mg/dL (mulheres) Porque o colesterol fica alterado? O colesterol pode subir por várias razões: 1) Se ingerir muita comida gordurosa, “sobrará” muito colesterol em nosso corpo, e os “lixeiros” e o HDL não conseguirão eliminá-lo. 2) Algumas pessoas podem ter colesterol alto apesar de não comerem muita gordura. Isso acontece quando o HDL é muito baixo ou quando o organismo possui poucos “lixeiros”. 3) A falta de exercícios físicos promove o aumento do colesterol ruim (LDL) e diminuição do colesterol bom (HDL) Alimentação adequada para o controle do Colesterol. Prefira: carnes magras e sem pele, leite e iogurtes desnatados, queijos branco e magros, cereais integrais, leguminosas, frutas, legumes e verduras frescas. Evite: carnes gordas e com pele, embutidos (salsicha, lingüiça, salame, entre outros), bacon, leite integral, manteiga, creme de leite, chantilly, queijos amarelos, maionese, frituras e produtos com gordura vegetal hidrogenada. Tenho colesterol alterado. E agora? O colesterol alterado tem como ser modificado e você pode controlá-lo apenas com a mudança de alguns hábitos e/ou com o uso de medicamentos. Só o seu médico poderá lhe passar o tratamento mais adequado. Consulte-o e siga todas as suas instruções, pois isso permitirá que você tenha uma vida normal e sem complicações. Dicas que ajudarão otimizar os níveis de colesterol no sangue: • Evite alimentos gordurosos. • Aumente o consumo de fibras, com frutas, verduras, grãos e cereais integrais. • Evite a obesidade. • Pratique exercícios físicos regularmente. O que é Triglicérides? São partículas de gordura existentes nos alimentos e no organismo. Sua principal função é a produção de energia para o funcionamento do organismo. Quando essas partículas não são usadas, imediatamente elas são transportadas para as células para serem armazenadas. Quando há um excesso de triglicérides no sangue, chamamos de hipertrigliceridemia, e isso aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Foram publicados estudos sugerindo que a análise da trigliceridemia sem jejum poderia fornecer informações importantes e estão associadas a risco aumentado de doença coronariana. Riscos à saúde: O consumo exagerado de alimentos ricos em gordura e alimentos energéticos, como açúcar e doces, massas, pães, batata, mandioca, bebidas alcoólicas, e outros, aumenta o nível de triglicérides no sangue Nível desejável de triglicérides no sangue: • Com jejum: menor que 150 mg/dL Sem jejum: menor que 175 mg/Dl Obs: existe maior risco de pancreatite quando o valor de triglicerídeos é maior que 500mg/dL Uma alimentação equilibrada para o controle dos triglicerídeos é fundamental • Evite: açúcar e doces em geral, pães doces e bolos, farinha de trigo, iogurte e leite integral, queijos amarelos, maionese, manteiga, chantilly, refrigerantes, chocolate, frituras, carnes gordas e bebidas alcoólicas. • Consuma moderadamente: queijo branco, pão francês e bisnaga, massas e óleos vegetais. • Prefira: pão e arroz integrais, aveia em flocos e farelos, carnes magras, leite e iogurtes desnatados, leguminosas (feijão, soja, lentilha etc.), vegetais folhosos, legumes, frutas de preferência com casca e bagaço, sucos e chás sem açúcar e alimentos cozidos ou grelhados.
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